Segundo Freud, (1924 [1923]) em seu artigo “Uma Breve Descrição da Psicanálise” a psicanálise serve “... para revelar aquilo que por acordo universal fora reprimido para o inconsciente...”.
Logo podemos afirmar que a psicanálise é uma teoria que postula a existência de processos mentais inconscientes compostos de idéias (desejos sexuais) que não puderam ser satisfeitos na infância. Porém esses conteúdos recalcados insistem em retornar através dos sintomas, atos falhos, chistes e sonhos. O Sintoma é o retorno do recalcado e o que retorna é sempre um desejo. É uma representação substitutiva da idéia recalcada.
A psicanálise não tem como finalidade o desaparecimento do sintoma, mas a manutenção deste como via de acesso ao inconsciente. A suspensão do recalque e a emergência de um ser desejante capaz de reconhecer a castração e de suportar a falta.
Freud no artigo “Recomendações aos Médicos que Exercem a Psicanálise” afirma que o método psicanalítico é simples consistindo em não dirigir a atenção para algo específico e em manter a mesma “atenção uniformemente suspensa” (atenção flutuante) em face de tudo o que se escuta.
A atenção flutuante é a contrapartida da associação livre que é a regra fundamental da psicanálise. O paciente deve falar tudo o que lhe vem à mente e o analista deve escutá-lo sem se preocupar em reter a fala do paciente, buscando no aposteriori da sessão o significado daquilo que escuta. As intervenções são dirigidas de forma a revelar o sentido inconsciente da fala do paciente.
Ressaltamos também que a condição necessária para que um tratamento psicanalítico vá a termo é a transferência. A transferência é o processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam no quadro da relação analítica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor deixe o seu recado para Joana Souza, psicanalista e palestrante.